quarta-feira, 12 de maio de 2010

Corrupção nas polícias: diagnóstico antigo, remédios errados

Parece que eu já vi este filme antes. Fala-se muito em controlar ações da polícia, monitoramento, implementação de práticas de gestão policial, corregedoria, punições, reestruturação de Delegacias, treinamentos etc. E o aspecto humano, onde fica ?

Corrupção não é, pura e simplesmente, um ato primário. É secundário, conseqüência de uma condição de carência antiga, no aspecto financeiro, de infra-estrutura, de estudo, de saúde pública (à nível de primeiro mundo), moradia digna, etc. Estruturas consideradas desnecessárias pelos governantes, para uma classe que põe a cara pro perigo e troca tiro com bandidos. Uma classe que sai pra trabalhar e não sabe se volta pra casa.

Toda e qualquer medida que visa acabar com a corrupção policial, promovida por nossos governantes, não resolvem o problema, apenas reprimem alguns casos esporádicos, praticados por iniciantes inexperientes, além daqueles que já fizeram da corrupção, uma prática habitual.

O problema é, que enquanto nada se faz, mais a corrupção se consolida e se perpetua, tornando-se um “mal necessário” de caráter irreversível, invadindo e contaminando todas as esferas públicas, principalmente a do poder público.

Para reverter as estatísticas de corrupção nas polícias, o melhor investimento está:

  • na garantia de todos os direitos inerentes à profissão;
  • na observância das condições psicológicas do policial;
  • nos direitos resguardados à família de policiais mortos;
  • na estruturação eficaz de um plano de carreira;
  • oferecer melhores condições (e equipamentos) de trabalho;
  • oferecer um auxílio moradia para aluguel ou reformas (se deputados moram de graça em apartamentos funcionais em Brasília…)
  • Plano de saúde (e odontológico) extensivo aos familiares;
  • Carga horária justa e condizente com o exercício da função.

Eu poderia mencionar aqui, vários outros itens, sendo que nenhum deles se quer, chegaria perto do que pensa o Estado e o poder público, em respeito à profissão policial, simplesmente por estes considerarem que estão lidando com máquinas e não com seres humanos.

Corrupção é um mau cheiro que incomoda a sociedade, muito embora sempre existam aqueles que acabam se acostumando com o odor fétido dessa prática.

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